domingo, 29 de maio de 2011

Rememorando!

Em Recife, lecionei numa sala de alfabetização de adultos como parte de um projeto da UFPE.
A maior parte dos meus alunos morava numa "vila" embaixo de um viaduto. Vindos do interior fugindo da seca, das juras de morte das brigas entre família.
Quando alguns faltavam eu ia visitá-los na comunidade, compartilhava o café aguado adoçado com rapadura, conversava sobre a família, sobre o trabalho. Obrigação minha fazer isso, claro que não!
Mas a autoestima dos alunos quase não existia.
Quando as pessoas deixam de se enxergar como pessoas, o pouco é muito, dever vira favor e qualquer coisa é o que elas acreditam que merecem. Os valores se invertem. Não pode existir uma educação mais ou menos, a educação tem que ser com qualidade, a pública então com qualidade esmerada, mas que um direito é um dever dos governantes e dos trabalhadores na área.
Que eu nunca perca a sensibilidade, que eu nunca pense que sou melhor que as outras pessoas! Posso ter outros gostos, outros saberes, outra história, que eu sempre me reconheça através dos olhos de alguém, uma pessoa, um ser humano, enfim GENTE!