domingo, 3 de abril de 2022

TÔ FRACO, TÔ FRACO

Tô fraco, 
Tô fraco, 
Tô fraco.
Avisa o coração.
Nem estou com o vestido de gala.
Onde está meu lenço vermelho?
Meu vestido preto e branco,
meu andar lépido e faceiro?
Enfarto, isquemia, angina, insuficiência cardíaca,
descanso, licença, medicamentos, restrições, pouco líquido.
Logo agora com a bicicleta arrumada?
Mil ideias de passeios?
Obrigações, cargo, projetos?
Deita, matuta sobre ti.
É o que tens para agora.
Tô fraco,
Tô fraco,
Tô fraco.
Já sei bomba cardíaca.
Um dia tu ias dizer basta.
Nem fiquei perplexa.
O coração poético sussurou.
Àquele que foi estrupiado, maltratado, esburacado, enganado.
Os sinais do corpo pensei que eram outra coisa.
Quão complexo é o corpo.
Tô fraco,
Tô fraco,
Tô fraco. Eu  também!