quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Saudades

Foi embora,
Saiu de cena
Sombra!
Uma sombra refletida no asfalto,
Intangível concretude
Decidiu ser inteira,
mergulhada em Saudades

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

O colorido das linhas

Em um tempo de elogio da tortura.
Prefiro me ocupar das linhas e agulhas.
Dialogar sozinha.
Ser nominada de lunática.
Tecer tramas,
fabricar malhas,
misturar cores,
à papear com  bombas cardiacas
monocromáticas,
monotemáticas,
egocentradas,
emperdenidas,
mergulhadas em uma sociedade distópica
Prefiro o colorido das linhas.

sábado, 7 de setembro de 2019

Flores

Flor do campo,
suave, perfumada e delicada

Rosa,
formosa, garbosa, desejada e perfumada

Flor do campo, suave, perfumada e delicada?
Uma rosa, formosa desejada e perfumada?
Uma orquidea rara?

Palma forrageira!
desengonçada, espinheita e marcada pelo sol escaldante

Quem vence os espinhos,
encontra água, água doce que mata a sede
são poucos que se arriscam



domingo, 28 de abril de 2019

quinta-feira, 4 de abril de 2019

BATALHAS

De batalha em batalha
Mergulhei em um processo do aprendizado do agora
Cada microsegundo é vívido e vivido.
Celebro o Epicurismo, não!
Reoorganizo as conexões neuronais.
Recuso ilusões, minimizo temores.
Suplanto as "ites" e as "dades"
Se não sei o que me espera no segundo seguinte
Melhor sentir o presente.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Sou plena quando escrevo

Sou plena quando escrevo,
sem temores, nem reservas
Exponho a alma na rua,
para os que a sabem ler,
em um mundo de analfabetos.

terça-feira, 19 de março de 2019

Bem-me-quer

Bem-me-quer,  malmequer,  bem-me-quer, malmequer,
Bem-me-quer, mal-me-quer,  Bem-me-quer,  mal-me-quer,
Em qualquer ortografia,
Como o número pi,
3,14159295....
posso continuar infinitivamente  a cantilena,
Mas a resposta eu sei: malmequer  ou não me queres,  não me importa
Sou egoísta,  escrevo para mim
Se gostas ou não,
Continuo a escrever,
Se bem-me-queres  ou malmequeres ou se definitivamente simplesmente não me queres,
Sou egoísta,  sigo a sentir.


domingo, 10 de março de 2019

SILÊNCIO

Silêncio
ensudercedor,
esmagador
que estoura os tímpanos e atordoa
O sangue escorre
Desnorteada com a verborragia do Silêncio
Me calo
Me resguado
Hiberno sem a segurança de despertar.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Espumas do mar




Foto de Flávia Cavalcanti Gonçalves.Foto de Flávia Cavalcanti Gonçalves.
Foto de Flávia Cavalcanti Gonçalves.










Nos momentos livres da viagem técnica tenho ido ao mar.


(texto escrito em 2015 e publicado no Facebook)

Hoje fiquei observando as ondas, a maré estava subindo, as ondas quebrando e a espuma lindamente se 'amostrando' toda 'assanhada'.
Moro longe do mar, mas o mar não sai de mim. 
Posso observá-lo de longe, porque existem alguns que são para serem observados e outros para mergulhar, nadar, boiar, "pegar jacaré, brincar... Não é todo mar que me deixo envolver, tem que ter o aroma certo, a temperatura, o molejo da onda...Ah sim e tem a praia. A praia! Prefiro praias com um certo tipo de areia, com faixas largas e pouco movimento. Praia que você tem que brigar por um pedacinho de chão, gosto não visse.
As espumas hoje estavam lindas! Em alguns momentos parecia flocos de coco que faço beijinho ou coloco no recheio da tapioca, dava até vontade de abocanhar. Em outro momento parecia uma faixa estreita de nuvens. E uma hora eu lembrei da mitologia grega e pensei que Afrodite ia emergir da água.
Para ter momentos felizes me basta aproveitar as belezas lindas do Todo Poderoso.
Com água, seja ela salgada ou doce (cachoeiras minhas lindezas), o colorido da natureza, as flores, a paisagem e as aves (para meus amigos biólogos) que para mim é passarinho mesmo, poeticamente passarinho, que me atravessa a alma e, uma brisa no rosto me renova os ânimos e a vida.
Melhor terapia que existe para esta pernambucana.


sábado, 2 de fevereiro de 2019

Choro

O choro não pede licença, ele chega.
A lágrima escorre e lava a face sem pudores.
Não regulo a alma,
ela é livre como o choro.
O corpo sim  é limitado.
Além de limitado, desgastado!
Que a alma seja livre e a face lavada!