Em busca das origens II

Os Uchôa, os Otxoa

Os Uchôa passaram pelo Brasil antes de 1625 e, em Pernambuco o primeiro casamento ocorreu por volta de 1639.

Para Valéria, minha prima paulista loira de alma cigana, espírita, fui buscar na internet algo que relaciona-se a origem judaica e gitana encontrei alguns links, o que achei mais interessante foi o LIBRO DE IM NIN'ALU, no link http://www.imninalu.net/castellano.htm.

No meu caso, a prima morena pernambucana, de alma judia fiz as consultas do sobrenome tanto na internet como em associações e fontes primárias.

Realizando consulta dos sobrenomes dos meus avós e bisavós na ABRADJIN (Associação Brasileira dos Descedentes de Judeus da Inquisição) que busca preservar e fomentar a memória histórico cultural dos judeus sefarditas luso-brasileiros, das 31 obras consultadas pela instituição, o sobrenome Uchôa aparece em 10 delas, o que me chamou atenção foram quatro títulos:

- História das inquisições de BEYTHENCOURT, Francisco;
- Dispersión y reencuentro de COHENCA Jacobo;
- Inquisição: prisioneiros do Brasil Séc XVI-XIX de NOVINSKY, Anita e;
- Banidos: a inquisição e a lista de cristãos-novos condenados a viver no Brasil de PIERONI, Geraldo.

Eu, não carrego Uchôa no sobrenome, tenho seis primos de primeiro grau com sobrenome Uchôa, três em São Paulo, sobrenome de solteiros Uchôa Beranger e três em Penambuco, dois Oliveira Uchôa e uma Lobo Uchôa.

Passeando em Sampa em Janeiro de 2010, fiz quatro visitas a Sinagoga Beith Mashiach.

Meu primeiro contato com o sagrado foi na igreja reformada, estudei em colégio Batista e frequentei igrejas Presbiterianas, o amor pelos judeus começou cedo, logo quando aprendi a ler entre os 4/5 anos de idade fui encaminhada direto para leitura da Bíblia, uma leitura em dupla eu e minha avó materna, sempre começavamos por Gênesis e por alguma razão qualquer paravamos em Isaías ou Daniel, depois de três ou quatros meses ela resolvia que deveríamos retomar a leitura e começavamos por Gênesis novamente.... tanto que entre meus heróis de infância estava José e Daniel.

Na Igreja Presbiteriana que resolvi congregar aos 12/13 anos não foi diferente, o amor aos judeus só cresceu, uma igreja cheia de israeis, rebecas, raqueis, mirians, samueis, etc... Frases como: - Israel é a menina dos olhos de Deus; - Somos a oliveira enxertada na oliveira brava; - As promessas para o povo de Israel estão se cumprido; - Orai pela paz em Jerusalém; Senhor dos Exércitos; Deus de Abrãao, Isaque e Jacó; etc, eram comuns.

Li todos os livros disponiveis sobre judaísmo na biblioteca do Mestrado de História da UFPE, onde trabalhei (hoje o material do acervo está na Biblioteca Central), meu interesse continuou, um belo dia resolvi conhecer os judeus por eles mesmos, iniciei fazendo uma assinatura de uma revista judaica: Morashá. Com o acesso a internet ficou mais fácil pesquisar e conhecer os vários sites judaicos de diferentes opiniões, como também acesso a livrarias judaicas, ler literatura judaica, e agora iniciei os meus estudos da língua hebraica.

A sinagoga que visitei em Sampa, uma sinagoga judaico-messiânica, todos judeus anussim, a maioria sefardita e alguns asquenazi, é parte da minha busca pelas origens e da minha história, só excêntrica para alguns amigos. A experiência que tive na Sinagoga foi maravilhosa, era como sempre a tivesse frequentando. Não é uma igreja reformada ou evangélica judaizante, porque é uma sinagoga! Para alguns judeus o Mashiach está chegando, para outros a figura do Mashiach é ultrapassada, mas na sinagoga que frequentei em Janeiro de 2010 o Mashiach veio e voltará.

Baruch ata Hashem heloeinu melech haolam sheecheianu veigianu lazman aze.