terça-feira, 29 de maio de 2012

Reflexões e relato de memória de uma docente.


O texto que se segue foi publicado em outro blog, escrito por mim. Resolvi postar aqui porque    já escrevi algumas reflexões semelhantes a esta, é a professora pensando acerca do ensino.


Ao ser solicitada a escrever para este blog relutei.
Inicialmente esclareço que este texto não é um texto científico. Ele não é um relatório de pesquisa, um artigo ou um ensaio; são reflexões  e flash de memória
 postas em um blog em linguagem “html”.
Para escrever sobre a UEMS, lutas e qualidades, pensei também em alvos. Refleti sobre meus anos de formação e de atuação profissional na Educação Básica, como professora, supervisora escolar e coordenadora pedagógica e também no movimento sindical nesta época, tanto na
rede pública quanto na privada.
Quando resolvi trabalhar na UEMS via concurso, carregava uma história profissional de 17 anos na Educação Básica e mais alguns em Instituições do Ensino Superior.
Na UEMS, não sou filiada ao sindicato da classe por opção minha, e sei que alguns professores e professoras não aprovam minha opção.
Tenho observando a distancia os debates sobre qualidade e também às reivindicações de diversos colegas.
Qual qualidade ou qualidades busca a UEMS? Qual qualidade ou qualidades buscam os docentes da instituição?
O perfil da instituição, seus objetivos, suas metas, e demais crivos de qualidade estão estabelecidos no documento oficial Plano de Desenvolvimento Institucional. O que se deseja alcançar a curto, médio e longo prazo está no documento elaborado com a participação dos docentes.
Nos diversos cursos que a UMES oferta, os marcos dos crivos de qualidade estão estabelecidos nos Projetos Pedagógicos.
As questões relativas à qualidade a serem debatidas são diversas, dentre tantas possíveis: - A qualidade proposta está sendo assegurada? Os crivos de qualidade estabelecidos são os crivos que queremos?
Ah, a qualidade! A tão debatida qualidade, desejada (creio que algumas conquistas foram realizadas).
A busca pela qualidade como sabemos, envolve um grande número de variáveis que vão desde um provento digno aos docentes e administrativos, questões estruturais e demais variáveis internas e externas.
Já se tornou um jargão discorrer que um investimento adequado na educação, ao lado de vontade política e compromisso profissional das pessoas nos diversos setores administrativos e pedagógicos (inclusive no executivo e legislativo), cumprido seus papeis e funções sociais certamente alcançaríamos um retorno satisfatório. Vontade, vontade é que um dos grandes problemas, espero um dia que vontade e ação sejam práxis  em todos os setores ).
E os alvos?
Quais seriam os alvos pessoais dos docentes da UEMS?
Como não realizei nenhuma pesquisa com esta questão problematizadora  exponho os meus:
- trabalhar em pesquisa (pouco alcançado);
- contribuir para a formação dos futuros professores atuando nas licenciaturas (satisfeito).
Procurei na UEMS, realizar minha lotação (sempre que possível) nas licenciaturas. Almejava contribuir para a formação dos futuros docentes e incentivá-los a atuar na Educação Básica (pelo menos por um tempo), sem deixar de investir em sua escolaridade.
Nos anos que aqui estou trabalhei nas licenciaturas em Letras, Matemática, Física, Química, Ciências Sociais, e atualmente Geografia e Artes Cênicas e Dança.
Meu crivo de qualidade é quando recebo depoimentos de ex-alunos: - Estou atuando em sala de aula e estou gostando.; – Estou lecionando e me preparando para a seleção de Mestrado; - Terminei o Mestrado e estou tentando o Doutorado.
Sempre comento em sala de aula que todas as ciências têm suas linhas teóricas e que existem algumas “verdades” estabelecidas  e outras “verdades” que variam conforme as escolas teóricas de cada ciência. Alguns me perguntam qual linha teórica devem seguir e  sempre respondo àquela que você se identifica e acredita ser a verdade, espero assim contribuir para que eles sejam autônomos .
Como docente gosto do quer-fazer freiriano, do conceito da dialogicidade, do conjunto de sua obra e em especial de “Pedagogia da  Autonomia”. Educação se faz com compromisso político, técnico, ético e estético.
Gosto da dialética presente nos livros de Paulo Freire, gosto da  análise que faz, do seu caminhar, revendo pontos, ideias.
Gosto de aprender ao longo da vida, na pesquisa, na literatura, nos clássicos, nas diversas tipologias textuais, nas diversas áreas, na universidade, no cotidiano, com as pessoas.
Se este texto for publicado haverá provavelmente alguns comentários, ou não. E como tenho um blog pessoal ele será postado lá também, e vou escrever aqui o que escrevo para as pessoas quando divulgo meu blog: - leiam, comentem, discordem, concordem, acrescentem.
Academia é lugar de debates, de pesquisas, de troca de saberes, local de dúvidas, de aprendizagens, de análises, de sínteses, de produção do conhecimento.
Ah, lembrei-me do Sindicato, bem é na luta sindical que  podemos observar o fenômeno da luta de classes, ou você se coloca ao lado do patronato, ou se coloca ao lado do trabalhador (claro que existem momentos de síntese), e temos que saber diferenciar o cargo, da pessoa amiga. Nosso amigo ou amiga que  está ocupando cargo de confiança, em algum momento vai ter que agir com “cabeça” de patrão e temos que aprender a diferenciar.