O texto que se segue foi publicado em outro blog, escrito por mim. Resolvi postar aqui porque já escrevi algumas reflexões semelhantes a esta, é a professora pensando acerca do ensino.
Ao ser
solicitada a escrever para este blog relutei.
Inicialmente
esclareço que este texto não é um texto científico. Ele não é um relatório de
pesquisa, um artigo ou um ensaio; são reflexões
e flash de memória
postas em um blog em linguagem “html”.
Para
escrever sobre a UEMS, lutas e qualidades, pensei também em alvos. Refleti
sobre meus anos de formação e de atuação profissional na Educação Básica, como
professora, supervisora escolar e coordenadora pedagógica e também no movimento
sindical nesta época, tanto na
rede pública
quanto na privada.
Quando
resolvi trabalhar na UEMS via concurso, carregava uma história profissional de
17 anos na Educação Básica e mais alguns em Instituições do Ensino Superior.
Na UEMS, não
sou filiada ao sindicato da classe por opção minha, e sei que alguns
professores e professoras não aprovam minha opção.
Tenho
observando a distancia os debates sobre qualidade e também às reivindicações de
diversos colegas.
Qual
qualidade ou qualidades busca a UEMS? Qual qualidade ou qualidades buscam os
docentes da instituição?
O perfil da
instituição, seus objetivos, suas metas, e demais crivos de qualidade estão
estabelecidos no documento oficial Plano de Desenvolvimento Institucional. O
que se deseja alcançar a curto, médio e longo prazo está no documento elaborado
com a participação dos docentes.
Nos diversos
cursos que a UMES oferta, os marcos dos crivos de qualidade estão estabelecidos
nos Projetos Pedagógicos.
As questões
relativas à qualidade a serem debatidas são diversas, dentre tantas possíveis:
- A qualidade proposta está sendo assegurada? Os crivos de qualidade
estabelecidos são os crivos que queremos?
Ah, a
qualidade! A tão debatida qualidade, desejada (creio que algumas conquistas
foram realizadas).
A busca pela
qualidade como sabemos, envolve um grande número de variáveis que vão desde um
provento digno aos docentes e administrativos, questões estruturais e demais
variáveis internas e externas.
Já se tornou
um jargão discorrer que um investimento adequado na educação, ao lado de
vontade política e compromisso profissional das pessoas nos diversos setores administrativos
e pedagógicos (inclusive no executivo e legislativo), cumprido seus papeis e
funções sociais certamente alcançaríamos um retorno satisfatório. Vontade,
vontade é que um dos grandes problemas, espero um dia que vontade e ação sejam
práxis em todos os setores ).
E os alvos?
Quais seriam
os alvos pessoais dos docentes da UEMS?
Como não
realizei nenhuma pesquisa com esta questão problematizadora exponho os meus:
- trabalhar
em pesquisa (pouco alcançado);
- contribuir
para a formação dos futuros professores atuando nas licenciaturas (satisfeito).
Procurei na
UEMS, realizar minha lotação (sempre que possível) nas licenciaturas. Almejava
contribuir para a formação dos futuros docentes e incentivá-los a atuar na
Educação Básica (pelo menos por um tempo), sem deixar de investir em sua
escolaridade.
Nos anos que
aqui estou trabalhei nas licenciaturas em Letras, Matemática, Física, Química,
Ciências Sociais, e atualmente Geografia e Artes Cênicas e Dança.
Meu crivo de
qualidade é quando recebo depoimentos de ex-alunos: - Estou atuando em sala de
aula e estou gostando.; – Estou lecionando e me preparando para a seleção de
Mestrado; - Terminei o Mestrado e estou tentando o Doutorado.
Sempre
comento em sala de aula que todas as ciências têm suas linhas teóricas e que
existem algumas “verdades” estabelecidas
e outras “verdades” que variam conforme as escolas teóricas de cada
ciência. Alguns me perguntam qual linha teórica devem seguir e sempre respondo àquela que você se identifica
e acredita ser a verdade, espero assim contribuir para que eles sejam autônomos
.
Como docente
gosto do quer-fazer freiriano, do conceito da dialogicidade, do conjunto de sua
obra e em especial de “Pedagogia da
Autonomia”. Educação se faz com compromisso político, técnico, ético e
estético.
Gosto da
dialética presente nos livros de Paulo Freire, gosto da análise que faz, do seu caminhar, revendo
pontos, ideias.
Gosto de
aprender ao longo da vida, na pesquisa, na literatura, nos clássicos, nas
diversas tipologias textuais, nas diversas áreas, na universidade, no
cotidiano, com as pessoas.
Se este
texto for publicado haverá provavelmente alguns comentários, ou não. E como
tenho um blog pessoal ele será postado lá também, e vou escrever aqui o que
escrevo para as pessoas quando divulgo meu blog: - leiam, comentem, discordem,
concordem, acrescentem.
Academia é
lugar de debates, de pesquisas, de troca de saberes, local de dúvidas, de
aprendizagens, de análises, de sínteses, de produção do conhecimento.
Ah,
lembrei-me do Sindicato, bem é na luta sindical que podemos observar o fenômeno da luta de
classes, ou você se coloca ao lado do patronato, ou se coloca ao lado do
trabalhador (claro que existem momentos de síntese), e temos que saber
diferenciar o cargo, da pessoa amiga. Nosso amigo ou amiga que está ocupando cargo de confiança, em algum
momento vai ter que agir com “cabeça” de patrão e temos que aprender a diferenciar.