sábado, 27 de junho de 2020

Cacos

Me quebro.
Espatifada no solo,
um vento sopra.
O espírito/alma junta os cacos.
Alguns permanecem lá,
logo depois são pisoteados pela multidão desgovernada
mascaradas ou não.
Alguns pombos bicam os caquinhos, em seus cérebros e estômagos famintos imaginam fragmentos brilhosos/opacos de comida.
Ao me (re)construir,
estou capenga, esburacada, deformada.
Parte de mim virou poeira, foi parar no fundo do esgoto, virou excremento de bicho.
Sou eu e não sou eu.
Virei outra, mas sou eu.
Estou me (re)descobrindo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário